sábado, 2 de fevereiro de 2008

Sobre a voluptuosidade.


O desejo dele sempre foi imperativo e bradava em uníssono.
Era um homem perigoso. Gostava de me surpreender em lugares escuros e públicos para que antes que nos víssemos, suas mãos desenhassem a minha presença.
A paixão que eu sentia era tão íntima, que não sabia se aquilo estava acontecendo ou se era fruto da minha imaginação. Ele Dizia que minha imaginação sempre foi real para ele e que gostava de me manter nua e cínica.
Nunca sabia esperar, com ele aprendi a sair correndo de restaurantes, a conhecer o cheiro dos becos e dos hotéis vagabundos.
Fomos a uma festa na casa de uns amigos.
Ele se aproximou da porta e apagou as luzes.
Quando a luz voltou, alguns saíram, mas a maioria ficou.
Apagaram as luzes novamente.
Já não se distinguia quem era puta nem quem era dama.
15 minutos depois as luzes se acenderam, só ouviam os meus gemidos, e ele me ordenou a não parar até que gozasse.
Com ele eu era assim, somente carne e fome.

7 comentários:

Critical Watcher disse...

"Gostava de me surpreender em lugares escuros e públicos para que antes que nos víssemos, suas mãos desenhassem a minha presença."

Caraca, muito bom isso!
E outra coisa. Que show de bola... Que imposição madura! Mesmo às luzes, você não deixou aquela loucura escapar. Ah, deixe que os outros olhem... Você não vai estar vendo-os mesmo. Só é permitido enxergar passarinhos e estrelas de todas as cores. (Que coisa infantil!) =P

Quero uma assim pra mim. Beijo!

On disse...

fome... vontade... desejo... imposição... submissão... otimo texto como sempre.

Critical Watcher disse...

Não tem jeito. Você sempre é o contraste! Entenda isso de uma vez por todas...

disse...

Que texto mais mais ofegante, dá pra ouvir a respiração daqui.

Então, escolheste uma boa estratégia, até pq mais do que tocar nos brios, é tocar no bolso. rs.

Morganna disse...

escuros e sussuros se combinam perfeitamente.

:**

Bárbara Lemos disse...

Senti uma onda de calor lendo teu texto... me deu umas idéias aqui. Vou correr e fazer antes que esqueça. Risos.

Beijos, petite chérie.

Lupeu Lacerda disse...

filme:
cortinas vermelhas
fumaça de um charuto cubano
um saxonista bêbado toca na porta.

roteiro?
você fez. eu fico só com a câmera.