segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Sobre o fim dos ciclos.


Não preciso do fim para chegar. Me procurei a vida inteira e não me achei...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Sobre as artimanhas.


Olívia era daquelas garotas inteligentes, engraçadas e parceira de bebedeiras. Tinha nos cabelos cachos d’ouro e um olhar de lince.
Sempre fascinava todos os homens que conhecia, para todos, ela era uma musa, era ímpar.
Para Ele, um par a mais.
Fazia vasos de cerâmica, pintava quadros, cantava, dançava e escrevia textos de teatro.
Para Ele, uma peça a mais.
Lia Proust, Kafka, Dostoiesvik, Reich e Clarice, entendia de religião, de estrelas, cozinha e decoração.
Para Ele, um capítulo qualquer.
Tinha rebolar faceiro e riso largo, por isso Olívia poderia ter quem quisesse, quem sonhasse querer.
Mas era ele, que sempre a enchia de vazio, quem mais preenchia.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Informe Meteoro-[lógico].


A neve do natal são as caspas dos anjinhos a derramarem das nuvens.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Sobre o momento de libertar



- Eu te amo.
- Idem.


Ele passou a não dizer mais, só respondia, e com um idem. Se ela soltasse um eu te odeio, ele responderia da mesma forma, idem.


- Por que você ainda mente pra mim?
- (Porque eu quero que você se livre de mim, me deixe solteiro, me odeie, largue do meu pé, pare de me procurar, de me dar presentes, me mimar)


Mas é óbvio que ele não respondeu isso. Ele disse:


- Deixe de bobagem, pare de fazer escândalo por bobagem, agora me deixe dormir porque cheguei tarde e estou com sono ainda.
- Por que você está fazendo isso comigo? Não iriamos recomeçar? Consertar tudo?
- (Se eu so lhe fizesse o bem, talvez fosse um vicio a mais, você me teria desprezo por fim)


Mas é obvio que ele também não respondeu isto.


- Me deixe em paz, não quero mais falar sobre esse assunto.

Ele desliga o telefone e volta a babar no seu lençol. Ela tem o telefone desligado e vai chorar quieta.



Os amores terminais são sempre os mais bonitos, pois não têm tempo para momentos de rupturas abruptas, é uma morte gradual.

Rejeitar um amor de repente só porque dói, é burrice, todo grande amor no final, causa a mesma dor que a felicidade, seja qual for o caminho. É jogar ao ar uma mão cheia de flores coloridas e não poder ver o colorido do espetáculo. É um outono de cheiros contraditórios, festivos e tristes. É riso e lágrima, é despreocupação, é covardia.

Não importa se magoa, o que importa é que ainda assim, é bonito.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Sobre o Natal.


Sempre me cobram post para as datas comemorativas, e eu que vi o natal, na realidade, eu não vejo nada demais no natal.

O estranho é que pra mim parece inverno. Esse ano além de presente, dei carta. Escrevi umas 10, mandei para uns 5. Bacana é que ninguém responde carta de natal mesmo, então falo o que eu quero, o que estava bem guardado.
Minha vizinha-quase-filha disse que queria ser o Papai Noel ontem. E eu aposto que o Papai Noel estava doido para ser ela.
Ele é a figura mais ilustre do Natal e no entanto, não passa Natal nem em casa, nem com os filhos nem com a Mamãe Noel, que triste deve ser o Papai Noel.
Natal sempre remete a solidão, pra mim, é tempo de fechar ciclos, nada de renovação. Natal me remete a infância também. Mas infância solitária, de alguma criança que não ganhou aquele presente, aquele sorriso do pai e que só as fadas é quem conta histórias para ela dormir todas as noites.
Provavelmente contam histórias felizes de crianças que conheceram minha vizinha-quase-filha-papai-noel.

O Natal alimenta a solidão em quem está só.
E daí você pára e percebe que nem as renas do papai Noel não são sozinhas.
Nem os presentes são sozinhos, afinal, eles ganham uma criança no natal!
Nem os pisca-pisca, afinal, eles ficam sempre de prosa com as estrelas.
É, acho que só eu e o bom velhinho sofremos desse mal.


Por isso, quando crescer, acho que vou virar um ent.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Sobre os projetos de lei.


Onde minh'alma mora, é lei federal que aos sábados é proibido as pessoas ficarem sozinhas. Mas se caso ficar, ela tem direito a uma garrafa de vodca das boas, um papel e uma caneta.

É disso que no fundo as pessoas precisam: Uma melodia nostálgica, uma vodca apática e um amor dissonante.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Sobre as tardes de domingo e todo o sempre.


Porque você veio com uma docura numa tarde tão amarga com sua voz desta vez calma e seu jeito de compreender os meus caprichos. E pôs um casaco na minha angústia desnuda. Tudo era uma moça nua até você enfim, agasalhar.
Maestramente me explicou porque não fomos exatamente aquilo que desenhamos ser: era porque não estávamos pronto. E você me surpreendeu quando não propôs nenhuma mudança aparentemente brusca e expôs sem máscaras ou duplos sentidos a sua negligência que adveio do seu medo, e pela primeira vez, havia completo desnudamento nas tuas palavras e nos seus olhos.
Mas no fundo nós sempre soubemos que foi o tempo quem tomou conta do que havia e maquiou as falhas. Foi quando pela primeira vez ,acho que vi você entender que a minha esperança que tudo mudasse não era cobrança.
Hoje, depois de toda história acontecida, depois de termos ficado expostos um perante o outro, vimos que sobrou amizade,companheirismo, respeito. Já que você se descobriu hoje tão inábil para o amor fulgás, decidimoS sublimar este sentimento e sorver enfim essa ternura sem jeito em nossas conversas de boteco e começo de noite.
Hoje, nos resta a consciência de que não temos mais como aproveitar o que não foi sorvido a tempo. Por isso choramos apenas por dentro para não quebrarmos esse nosso acordo íntimo. Por isso te tenho sempre com esse sorriso raso e cheio de nostalgia. Cada dia é único e último.
E essa tentativa de que o beijo escrito ou o selinho das chegadas e partidas tenham outras formas de tocar. Porque desejávamos a mesma coisa, mas não soubemos explicitar, porque não tínhamos como ofertar.
Ficamos assim, ainda mais unidos, eu te admirando do mesmo jeito, você me cuidando como sempre, não por sentirmos o mesmo amor-paixão de outrora, mas por compartilharmos a mesma solidão.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007


- Ei, eu estou com medo, lá tem um monstro gigante... eu juro que tem. Ele é verde e tem unhas afiadas, 19 olhos, e todo cheio de bolas azuis, e quando ele respira eu sinto o vento vindo na minha orelha.


- E eu com isso?


- Ele pode me machucar, vai me matar, tenho certeza que vai me matar e você vai morrer de remorso depois.


- Bela tentativa, querido, mas mesmo assim você hoje passa a noite no sofá ou até passar esse teu cheiro de cachaça.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Alimento.



Beatriz é uma dessas meninas que sabem do seu poder e que só por capricho conquistava quem queria.

Caio era um cara com seus quarenta e poucos, vivido e sabia o que essas meninas queriam: Alimentar o ego. Se era disso que elas tinham sede, ele as alimentava com lambuzo.

Nunca negou um gole sequer de ego a uma mulher.


- Eu, vem cá,Por que você está fungindo de mim, não quer me ver? Não me quer mais? Tem dias que você não me procura...
- Não é isso Bia, você sabe... você é só uma menina,porra.Eu não quero me apaixonar por você,você é muito tentadora.
- Rs. Não seja tolo, a vida está aí para ser vivida.Vem cá, vem.


Beatriz sutilmente roçou sua mão na parte interna da coxa de Caio.


- Menina...
- O que é, está com medo? Seu pau não está.
- Pare menina... assim eu não resisto...
- Vamos, a menina aqui está te intimidando?
- Certo, você pediu...


Caio puxou Beatriz, a prendeu contra parede e a penetrou o máximo que pode,de uma só vez, por trás. Puxou seus cabelos, mandou que abafasse os gemidos, alí não era alimento de gozo, era o ego dela que ele estava alimentando ao ceder. Mas não sabia que era a alma de Beatriz que estava tomando ao fodê-la daquele jeito.

Sobre as estrelas, digo, flores.


As flores não são nada mais que estrelas que resolveram brotar no chão.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Dos diálogos.


- Onde você arruma essa felicidade, menina?

- É o meu jeito de driblar a tristeza.

- Mas isso funciona?

-A sua primeira pergunta responde.

domingo, 16 de dezembro de 2007

[Nu]ances


Ontem eu deitei nua, deitei nua para me despir de barreiras e limites, daí lia Caio alternado com o Garcia Marquez, olhava também para trechos da Anaïs, e um bloco velho com anotações perdidas.

Nua e o vento vindo da rua, a lua me enchendo de apetites com o sol querendo apontar do outro lado, e estive lendo, ávida, deitada na rede com o livro apoiado entre as pernas...

O bico do peito apontava o trecho:

“E chegou o dia em que o risco de permanecer apertada no botão era mais doloroso que o risco necessário para florir.” Anais Nin.

Estando nua, a literatura ontem foi meu único acessório.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Chega mais perto, moço bonito.

Moço bonito, permaneça noturno. Não tenho sóis pra lhe ofertar. Talvez sombras. Um pouco de feiura, também. Não quero mais me apaixonar, e digo isso já apaixonada. Beijar, engasgar de tanto beijar. Lamber, e outras conjugações em "ar" e "er". Tudo rima pobre, mas rica em possibilidade.
Moço bonito, permaneça louco. Pelo menos por uns tempos.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2007








Eu amo você. Foi o que ele disse a ela.


E foram então representar o amor para uns jovens na calçada na beira do rio.


O rio correndo e morrendo um pouco aos seus olhos já tão desacreditados de todas aquelas promessas.


Mesmo assim, ele ofereceu a sua boca.


Ela que desconfiada estava, acreditou mais uma vez na travessia, no castelo, no paraíso, na outra vida. Inventou então uma jangada. Como planejado, um remo pra ele, outro pra ela.




Mas não atravessaram nem oprimeiro rodeio juntos. Vagaram em círculos, sempre o mesmo círculo.


Sem surpresa, ele não remou.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Sobre aquela mulher.


(...)Por que todas essas fêmeas falam tanto em amor, pode explicar-me? parece que uma boa foda não basta para elas... querem a alma da gente também". Essa palavra "alma" , que aparece frequentemente nos solilóquios de Van Norden, costumava a princípio ter um efeito engraçado sobre mim. Sempre que ouvia a palavra "alma" sair de seus lábios, ficava histérico: não sei como, parecia uma moeda falsa, particularmente porque era geralmente acompanhada por uma cusparada de suco marron que lhe deixava uma esteira no canto da boca. E como eu nunca hesitava em rir na sua cara, acontecia invariavelmente que quando essa palavrinha saia, Van Nordem fazia uma pausa que desse para que eu estourasse numa risada e depois, como se nada tivesse acontecido recomeçava o seu monólogo, repetindo a palavra cada vez mais frequentemente e cada vez com ênfase mais cariciosa. Era a alma dele que aquelas mulheres estavam tentanto possuir”. mas então, que quer você de uma mulher?", perguntei. ele começa a acariciar o ar com as mãos: seu lábio inferior cai. Parece completamente frustrado.Quando ocasionalmente consegue gaguejar algumas frases estropiadas é com a convicção de que por trás de suas palavras existe esmagadora futilidade: "Gostaria de poder entregar-me a uma mulher", diz impulsivamente. "desejo que ela me tire de mim. Mas para fazê-lo precisa ser melhor do que eu; precisa ter uma mente, não ser apenas uma bunda. Tem que fazer-me acreditar que preciso dela, que tem de ser fiel a mim. Não isso... Mas tem de fazer-me acreditar que preciso dela, que não posso viver sem ela. Encontre-me uma Fêmea assim, quer? Se conseguir eu lhe darei meu emprego. Não me importa então o que me acontecesse; não precisaria de emprego, de amigos, de livros, de nada..."


Henry Miller - Trópico de Cancer

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Sobre os Ama-dores.





Ana movia o corpo lento no cais, seguia o sol. Quase um ano se passou e a imagem de Ana seguindo o sol não me saiu da mente. Ana sentou e conversou comigo, disse que também fazia um ano naquele dia que ela havia deixado o Fábio na rodoviária. Ela disse que estava usando uma sandália de tiras de couro com miçangas, ele com uma camisa daquela dos caras de quarenta e poucos anos, listrada, botões, uma camiseta branca por baixo. Ela disse que teve vergonha de apresentá-lo aos amigos, ela tinha 17, ele quarenta e poucos. Disse que tinha feito um ano que sentia ele apertando a mão dela esperando o ônibus, prometeu que iria buscá-la um dia. Todo mundo olhou pois ela lhe roubou um beijo, que pensaram que ele era o tio, quiçá, o pai dela.
E ele a beijou.
Eu-te-amo-guria-um-dia-eu-volto. E então a coitada da Ana acreditou que ele voltaria. Mas claro, ele não voltou. O amor só chegou pra se despedir de Ana. E não pediu nem licença.

Eu suspirei por Ana. Sugeri que ela agradecesse aos céus o afastamento lento e progressivo, pois Fábio ainda mandou uns 2 ou 3 e-mails.

- Ele viajava muito, foi por isso.

Sugeri a Ana que agradecesse a omissão dele tão previsível dos homens, admirei a falta de lucidez de Ana ao firmar o acordo com Fábio: finja que eu não te conheço, você finge que nunca prometeu, e eu sigo inventando caminhos que tropecem com os seus.

Pobre Ana, deveria era a agradecer por não ter seguido nessas de amor.

Pobre Ana.

Ele veterano.
Ela ama-dor.

E Ana esteve hoje na minha mente seguindo o pôr-do-sol, só que havia o contraste, um contraste de interior, que é silencioso, contrastando com todo o exterior, ruidoso.
Mas faltava aquela Ana, e esta lacuna, é tudo.

sábado, 24 de novembro de 2007

Sobre as noVIDAdes.


Meus dias têm escorrido rápidos, apressados, com pouca dor e novidades, velhas novidades. Vivencio a necessidade de precisar silenciar por uns dias. Preciso acordar em outra morada, em outro estado, respirar umidade, um lugar onde só pensar com a cabeça apoiada num ombro acostumado baste.
Sentir,
O céu, o sol, o mar, a-mar. Preciso sentir o que sou, o que me transformei e aproveitar o que espero.
Porque esta época, como todas, é de mudança, de des-cobrimentos.
Pensei mesmo em desistir, parar de insistir em você, largar tudo, e encontrar o equilíbrio em mim.
Mas percebi que gosto mesmo do arrepio anunciado da sua chegada, e quando de fato chegas, aplaudo a festa que se dá em todos os cantos do meu corpo. E sempre percebo que eu gosto mesmo é de me ver pelo reflexo das lentes dos teus óculos.
Em teus olhos, vejo um cardume de sonhos, e eu sei que sempre estou lá.
Para viver isso, vou me calar um pouco enquanto refaço o mapa do meu destino e elimino definitivamente essa geometria de triângulos que só serviram pra me espetar com suas pontas tão agudas.
Então me calo para livrar do que resta, de todo o medo, de todo aperto. Calo-me para ser eu de novo e para poder nos ver, em você.

domingo, 18 de novembro de 2007

Leve


Pense que eu cheguei de leve

Machuquei você de leve

E me retirei com pés de lã...

domingo, 11 de novembro de 2007

Sobre a NecessidA[R]DE.


Ando selvagem. Índia bruta com porte indócil. Energia represada, sentidos aguçados, olhos de lince. Tudo excita e instiga. Ouço uma música e consigo beber o líquido quente e viscoso da tua rima que escorre no ventre da partiTU[r]A.
Sinto-me com a ânsia da palavra presa entre a língua e a alma, é um ardor inclemente, uma vontade oferecida, descaradamente assumida.
Ando fácil, daquelas que andam sussurrando penetrâncias pelas ruas escuras, feito cigana balançando a saia como nas danças dos seus dias de Iemanjá.
Vontade de suor de pele, do cheiro da chuva molhando o mato, de passear de pés descalços no orvalho. Tudo excita e instiga.
Tomo banho de rosa vermelha com alecrim, numa tentativa de ludibriar o gozo, a água escoa pelo meu corpo e escuto uma sinfonia de gemidos. Não adianta.Ando selvagem. Indócil de tanta força predadora entre as pernas, consumindo tudo que roce entre minhas coxas.
Ando assim, CRAVand[O] as minhas unhas em qualquer resquício de alma que ainda traga aquele cheiro da canela.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007


Você me dói agudo e isso é grave.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

É sempre melhor sussurrar


Não gosto quando vc escurece o teu olhar e como num mar revolto em fúria de tanto desapego de mim, me faz pensar naquelas velhas coisas do passado, daí você me força a pensar, a enxergar, a sentir tudo. Me vejo mergulhada nessa roda que mais parece uma mandala de tanta loucura.
Mas logo tudo pára porque eu me lembro das vezes em que começamos e de tão felizes, não precisávamos de mais nada. E como não faltava nada, eu estragava, só pra recomeçar.
Mas agora eu necessito. Necessito de chão firme pra pisar; se vai ou racha; se é agora ou nunca. Agora, mais do que nunca, ando com pressa de viver. E fico inspirando-expirando para não explodir. Faço isso para não gritar, só pra você não ter que me ouvir.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Quando o amor vacila.

Eu sei que atrás deste universo de aparências
Das diferenças todas, a esperança é preservada
Nas xícaras sujas de ontem, o café de cada manha é servido
Mas existe uma palavra que eu não suporto ouvir
E dela não me conformo
Eu acredito em tudo mas eu quero você agora
Eu te amo pelas tuas faltas,
Pelo teu corpo marcado
Pelas tuas cicatrizes
Pelas tuas loucuras todas
Minha vida
Eu amo as tuas mãos
Mesmo que por causa delas
Eu não saiba o que fazer das minhas
Amo o teu jogo triste
Eu amo a tua alegria mesmo fora de si
Eu te amo pela tua essência
E ate pelo que você podia ter sido
Se a maré das circunstancias não tivesse te banhado
Nas águas do equivoco
Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo
Eu te amo pelas (futuras)crianças e futuras rugas
Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e teus sonhos inúteis
Amo teu sistema de vida e de morte
Te amo pelas suas entradas e saídas e bandeiras
Eu te amo desde os teus pés ate o que te escapa
Te amo de alma pra alma e mais que as palavras
Ainda que seja através delas que eu me defendo quando eu digo
Que eu te amo mais que o silencio dos momentos difíceis
Quando o próprio amor vacila