sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sobre as notas de falecimento.


É sem o mínimo pesar que venho noticiar o falecimento da menina boba, burra e chorona. Foi morte que veio chegando miudinha e foi indo com os primeiros pingos de chuva.
A menina morava na rua da Desilusão e será enterrada no cemitério do Esquecimento.
Hoje chove forte desde cedo e uma nova menina emergiu da poça d'água.
Ah, essa nova menina é tão forte, tão centrada, até parece gente grande.
E ela é linda, sabe...
Sempre lírica e mergulhada em felicidade profunda, principalmente quando chove.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Dos atos clandestinos.


Rabisca uma poesia na parede da minha vontade?

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Das lições que vocês deveriam nascer sabendo.


Não é porque A confia em B, que B tem passe livre pra confiar em A.
Confiança é uma doação e não um direito.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sobre as orações.


E eu disse para aquela foto ao lado:- Muito Obrigada por tudo.
Era a única coisa que saia, e nem era direito um agradecimento, era mais uma prece.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Sobre o Beija-Flor e a Rosa-Menina.


- Vem comigo?
- Não posso, sou semente enraizada e você é um passarinho.
- Então, vem que eu te ensino a voar.
- Fique que eu te ensino a florescer.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sobre o medo de ser [fel]iz.


Ai que hoje eu só queria dizer bobagenzinhas deitada numa preguiça boa de mexer no seu sorriso.
Mas só me restou um giz azul e um livro velho, e então eu desenhei nuvens fofinhas, peguei uma borbo[letra] e sai para voar num céu cor de página velha amarelada.
Ai que saudade daquele meu tempo onde todos os problemas eu resolvia com cambalhota.

E são esses surtos de felicidade que me dão medo.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sobre o crescimento.


Hoje eu desaprendi a ser menina.

Não, não tem nada de melancolia. Minha menina continua, mas não em mim, do meu lado. Hoje ela segura na barra do meu vestido só pra me mostrar o caminho da esquerda, quando o da direita tiver beco escuro.
Vi que o processo pelo qual estou desabrochando está sendo extremamente doloroso, como é com todo mundo, mas eu só achei que acontecesse lá fora,e não é bem asssim honey, acontece com você mesmo, e como todo ganho, precisa de uma perda, estou vendo que por mais que relute, meu grau de exigência está aumentando. E justo num mundo com tanto homem de merda eu estou teimando em ficar ainda mais exigente (como se já não bastasse).
E por causa disto, vou ficar sozinha o tempo que for e pelo visto, muito tempo. Estava com medo, não estou mais. Na realidade hoje estou pouco me fodendo se vou ter algum dia, de novo, aquela sensação de ENCAIXE.
Desconstrui muitas certezas que até então eram os meus pilares de sustentação. E hoje estou seguindo assim, cambaleante, mas ainda de cabeça erguida. Sempre recusei regras, mas hoje, eu serei despudoradamente fora da lei, não pra transgredir o sistema. Transgredir o sistema é muito fácil, o difícil é se transgredir já disse o grande Tom Zé.
Quero me reinventar. Reformular.
Mas calma, não se preocupe, eu não vou virar nenhuma mal comida com buço. Tá, mal comida até seja uma consequência pro não comida, mas juro que não vou ficar revoltada. Muito pelo contrário, ainda trago o brilho nos olhos e acredito em amor, não mais em amor eterno, esse eu deixo para Florentino Ariza e Fermina Daza do O amor nos tempos do cólera.

Hoje eu só quero ser cretina e ridícula por um bom tempo, até ter respirado e tomado fôlego suficiente para mergulhar em mim de novo e tragar da minha essência. Pois leveza não é um dom que tenho, é um bem que quero.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sobre o Caio e a Beatriz II




- Sabe, eu estou apaixonada.
- Apaixonada? Que Delícia.
- É, estou apaixonada, entendeu? Estou apaixonada, apaixonada, apaixonada.
Ele ri e dá as costas, ela prossegue:
- Você está ficando velho, gordo, perdendo o cabelo e os que te sobram estão ficando brancos.
- É, e daqui há 15 anos você estará fazendo embaixadinhas com suas tetas. E sabe o que eu estarei fazendo?
- Sei, você vai estar numa cadeira de rodas.
- É, e apreciando a eternidade que me espera, enquanto você vai continuar medrosa.
- Ó, que poético, sabe Caio, ele e eu, fazemos amor.
- Mesmo?
- É, maravilhoso, ele é magnífico.
- Você é uma puta idiota, sabia? A sua melhor trepada está aqui na sua frente e você aí apaixonada por este banana.
- Sabe, ele é cheio de mistérios.
- Sua idiota, todos os teus mistérios estão comigo, aqui, e você vai perder todos.
- Ah, ele é como todos, mas ao mesmo tempo é diferente.
- Como todos.
- E mais, ele até me assusta!
- Porque? Ele te bate? É seu cafetão?
- É, às vezes sim, mas eu gosto. Ele parece um cafetão. Sabe porque eu me apaixonei por ele?
- Fale logo.
- Porque ele sabe me fazer apaixonar por ele.
- Você quer um idiota que te ame, te proteja e te cuide para você adorar o seu “Óh todo poderoso falo”, você é uma puta medrosa, sozinha e vazia e quer se esconder nele. É isso que você quer?
- É.
- Você nunca vai encontrar.
- Mas eu já encontrei.
- Então ele vai te fazer virar uma muralha gigante com seus cabelos, sua boceta, seus seios que só serão dele. Mas a verdade é que você está sozinha. E você só vai se dar conta, quando encarar o cu da morte. E você vai entrar na porra desse cu da morte, e vai dar de frente com o ventre do medo. E então, talvez você encontre essse homem.
- Mas eu encontrei esse homem, você é esse homem.
- ...
- ...
- Vá pegar a margarina.
- O quê?
- Me obedeça, vá pegar a margarina.
- Pronto, o que eu faço?
- Mele os dois dedos, enfie no meu cu.
- Anh?
- ENFIE OS DEDOS NO MEU CU E ME FODA. Porque depois disto, eu vou pegar um porco e farei ele foder você. Quero que esse porco vomite na sua cara e quero que você beba o vômito, mas não de vez, como quem toma sopa. Fará isso por mim?
- Sim, eu faço.
- Quero que o porco morra enquanto te fode e você ficará embaixo dele sentindo o cheiro da sua morte. Fará isso por mim?
- Sim, e muito mais, e pior, muito pior que isso tudo.


Em momento algum Caio deixou de ser fodido pelos dedos de Beatriz e sentia uma onda de tesão ainda maior quando ela dizia Sim, sim, sim, eu farei. Até que ele gozou e disse:
- Agora sim você está preparada, eu te amo, menina.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Sobre a Lorena


Lorena estava numa tensão filha da puta, não aguentava mais carregar aqueles bicos dos seios que mais pareciam uma agulha que feria fundo a cada toque. Não suportava mais aquele inchaço, o chororô, o mal humor, as dores de cabeça e agora dava pra vomitar.

Simone online diz:
Será que vc tá grávida, miga?
Lorena em estado de calamidade online diz:
Se estiver, eu tô fodida.
Simone online diz:
Vcs transavam sem camisinha?
Lorena em estado de calamidade online diz:
A gente só transava sem.
Simone online diz:
Se fodeu, hahahaha.
Lorena em estado de calamidade online diz:
Precisa lembrar que eu tomei um pé na bunda e que posso estar grávida do meu EX? Eu já sei que estou fodida, ou melhor, não estou.rs.
Simone online diz:
Desculpa amiga, mas é que se eu fosse você, não teria feito essa cagada.

Lorena em estado de calamidade online diz:
(SE, SE, SE, Se minha mãe fosse uma porca ela teria duas carradas de tetas, a merda já está feita, caralho)
É, eu sei. Bem, vou assistir pela primeira vez na vida a novela das 8 e chupar um limão pra ver se esse enjôo passa.
Simone online diz:
Que vidinha mais ou menos essa sua hein?
Lorena em estado de calamidade online diz:
(E você precisa lembrar, sua puta desgraçada?)
Pois é, vc não quer vir aqui pra que eu te coma e me distráia, me deixe chupar o limão que se for comparar com a minha vida, ele vira uma maria-mole.
Simone online diz:
Então tá, tchau. Ah, e eu quero ser a madrinha!rsrsrsrs
Lorena em estado de calamidade online diz:
Você sabe fazer uma pessoa se sentir melhor, obrigada.
Simone online diz:
Você sabe que eu te amo
.
Lorena em estado de calamidade está offline.

Lorena ficou ainda mais encucada e resolveu ir na farmácia resolver logo isso com um teste de gravidez. Não sabia se aquilo era bom ou ruim mas já estava se apegando a idéia. No caminho de volta da farmácia encontra o seu ex sentado num café cheio de intimidade com uma morena com a cintura mais fina que seu brinco de argola.
Lorena menstruou alí mesmo. Voltou na farmácia, comprou absorventes e uma caixa de lexotan.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Sobre o meu ranchinho.


Ai meu sertão.
Sertão onde me encontro.
Ser [tão] assim é que me en[canta].

Sobre as mu[danças]


HOJE, é só um caramujinho que carrega uma casinha quentinha e confortável pra lá e pra cá.


AMANHÃ, caramujo vai parir um passarinho, que em dia de sol vai chafurdar na água e brincar de segurar o vento, só pra mostrar pra mãe caramujo como é bom voar. E ela vai aprender com o passarinho que ser feliz é o mesmo que conseguir guardar um ventinho bom no bolso.
Passarinho vai fazer milagre.
Vai fazer caramujo virar borboleta.
Ceis vão ver só.
.
.
.
Essa é uma daquelas pessoas que eu chamaria de espelho.
Linda, não?

3 meses com casulo onde dorme o Théo ou a Luiza-Joana-Beatriz-GABRIELA.
Quase todas mulheres de Chico, é o meu humilde pedido e meu nome saiu em destaque, é porque meu caps look deu um problema justo no meu nome, sabe?
E eu sou uma mulher de TOM .

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Sobre as novidades.



Por que agora eu posto aqui também: Doce intolerância




P.S 1: Porque eu sempre fui irritada demais, neurótica demais, chata demais, impaciente demais, intolerante demais.

P.S. 2: Isso não é um convite, eu só estou avisando que eu tenho mais uma coisa pra fazer, não estou mandando você entrar nessa porra, e aconselho que não entre, eu posso detonar você lá e não vou ler seu e-mail ofendido, vou mandar você tomar no meio do seu cu sujo logo.

P.S.3: Só Lupeu me entente e vai achar bonito ler aquilo.

P.S 4: Sim, eu nunca aprendi a usar os "porques" e acho uma puta perda de tempo perder meu tempo aprendendo isto.

P.S. 5: Lá é onde serei dura, demente e doída.

P.S.6: Então não se preocupem, aqui eu continuo deliciosamente dócil, doce e delicada.

P.S. 7: Que seja doce, sete vezes, que é pra dar sorte.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sobre as perdas.


Mão direita acordou inconformada porque o seu lugar cativo se perdeu. E logo ela que vivia zombando da mão esquerda porque só lhe sobrava os trocados para guardar e as sacolas pesadas para segurar, enquanto ela, superior e privilegiada mão direita, nunca pegava peso, nunca se cansava, porque sempre estava limpa e cheirosa para o seu toque-amparo.
Hoje, mão direita acordou e só tinha o vazio e um lado esquerdo estranho.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Dos encontros casuais.


- Ei, você está bem?
( Não, não estou, na verdade eu estou péssima, tem 3 dias que eu não durmo direito, finalmente perdi aqueles 4 quilos que você tanto implicava, agora eu estou gostosa, bem verdade, mas pra quem mesmo? Você não me quer, é, eu lembrei. E meu cabelo também está caindo, minhas unhas quebrando, eu não estou comendo. Eu nem tenho mais lágrimas, quando quero chorar meus olhos só ardem e muito. Meus amigos estão de saco cheio da minha ladainha de você. Eu estou aqui com o cu na mão porque estou te vendo e se você sorrir pra mim mais uma vez assim eu vou te beijar)
- Sim, claro, estou ótima, e você?
(Estou ótimo, finalmente me livrei de você, não aguenta mais aquela tua mania de controlar tudo, cobrar tudo, sempre, sua voz me irritava, eu hoje não dou satisfação a ninguém, estou comendo aquela tua amiga, estou comendo a vizinha e a prima dela, vou comer minhas clientes, vou viajar no próximo feriado e tô indo agora para a casa do Marcão que a gente vai passar a noite jogando no Xbox que ele comprou)
- Estou com saudades de você.
(Aí, está vendo sua burra, ele ainda te ama!)
- Sei, então é isso, a gente se vê, tchau.
(Tchau)
- Tchau

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sobre os diálogos.


- Vó, porque você você estava chorando?
- Estava regando lembranças, minha filha.

Sobre o silêncio.


Tudo é o quê?
Um nada, com complexo de grandeza.
Topo, é o quê?
A sombra, nada ameaçadora do sopé da montanha.
E tem quem ache que “é”, quando só “está
E tem quem ache que está “achado
E na verdade,
Morde o próprio rabo
Girando em círculos bobos e perfeitos.





(Por que eu ando oca demais por dentro.
E esse vazio pesa, me cansa e me cala).

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Sobre as possibilidades.


Hoje eu acredito que tudo é possível, pois o impossível acabou de acontecer.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Sobre os julgamentos.


A verdade dói.

Mas é a mentira que destrói.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Sobre a voluptuosidade.


O desejo dele sempre foi imperativo e bradava em uníssono.
Era um homem perigoso. Gostava de me surpreender em lugares escuros e públicos para que antes que nos víssemos, suas mãos desenhassem a minha presença.
A paixão que eu sentia era tão íntima, que não sabia se aquilo estava acontecendo ou se era fruto da minha imaginação. Ele Dizia que minha imaginação sempre foi real para ele e que gostava de me manter nua e cínica.
Nunca sabia esperar, com ele aprendi a sair correndo de restaurantes, a conhecer o cheiro dos becos e dos hotéis vagabundos.
Fomos a uma festa na casa de uns amigos.
Ele se aproximou da porta e apagou as luzes.
Quando a luz voltou, alguns saíram, mas a maioria ficou.
Apagaram as luzes novamente.
Já não se distinguia quem era puta nem quem era dama.
15 minutos depois as luzes se acenderam, só ouviam os meus gemidos, e ele me ordenou a não parar até que gozasse.
Com ele eu era assim, somente carne e fome.