sábado, 24 de novembro de 2007

Sobre as noVIDAdes.


Meus dias têm escorrido rápidos, apressados, com pouca dor e novidades, velhas novidades. Vivencio a necessidade de precisar silenciar por uns dias. Preciso acordar em outra morada, em outro estado, respirar umidade, um lugar onde só pensar com a cabeça apoiada num ombro acostumado baste.
Sentir,
O céu, o sol, o mar, a-mar. Preciso sentir o que sou, o que me transformei e aproveitar o que espero.
Porque esta época, como todas, é de mudança, de des-cobrimentos.
Pensei mesmo em desistir, parar de insistir em você, largar tudo, e encontrar o equilíbrio em mim.
Mas percebi que gosto mesmo do arrepio anunciado da sua chegada, e quando de fato chegas, aplaudo a festa que se dá em todos os cantos do meu corpo. E sempre percebo que eu gosto mesmo é de me ver pelo reflexo das lentes dos teus óculos.
Em teus olhos, vejo um cardume de sonhos, e eu sei que sempre estou lá.
Para viver isso, vou me calar um pouco enquanto refaço o mapa do meu destino e elimino definitivamente essa geometria de triângulos que só serviram pra me espetar com suas pontas tão agudas.
Então me calo para livrar do que resta, de todo o medo, de todo aperto. Calo-me para ser eu de novo e para poder nos ver, em você.

domingo, 18 de novembro de 2007

Leve


Pense que eu cheguei de leve

Machuquei você de leve

E me retirei com pés de lã...

domingo, 11 de novembro de 2007

Sobre a NecessidA[R]DE.


Ando selvagem. Índia bruta com porte indócil. Energia represada, sentidos aguçados, olhos de lince. Tudo excita e instiga. Ouço uma música e consigo beber o líquido quente e viscoso da tua rima que escorre no ventre da partiTU[r]A.
Sinto-me com a ânsia da palavra presa entre a língua e a alma, é um ardor inclemente, uma vontade oferecida, descaradamente assumida.
Ando fácil, daquelas que andam sussurrando penetrâncias pelas ruas escuras, feito cigana balançando a saia como nas danças dos seus dias de Iemanjá.
Vontade de suor de pele, do cheiro da chuva molhando o mato, de passear de pés descalços no orvalho. Tudo excita e instiga.
Tomo banho de rosa vermelha com alecrim, numa tentativa de ludibriar o gozo, a água escoa pelo meu corpo e escuto uma sinfonia de gemidos. Não adianta.Ando selvagem. Indócil de tanta força predadora entre as pernas, consumindo tudo que roce entre minhas coxas.
Ando assim, CRAVand[O] as minhas unhas em qualquer resquício de alma que ainda traga aquele cheiro da canela.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007


Você me dói agudo e isso é grave.