terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sobre o crescimento.


Hoje eu desaprendi a ser menina.

Não, não tem nada de melancolia. Minha menina continua, mas não em mim, do meu lado. Hoje ela segura na barra do meu vestido só pra me mostrar o caminho da esquerda, quando o da direita tiver beco escuro.
Vi que o processo pelo qual estou desabrochando está sendo extremamente doloroso, como é com todo mundo, mas eu só achei que acontecesse lá fora,e não é bem asssim honey, acontece com você mesmo, e como todo ganho, precisa de uma perda, estou vendo que por mais que relute, meu grau de exigência está aumentando. E justo num mundo com tanto homem de merda eu estou teimando em ficar ainda mais exigente (como se já não bastasse).
E por causa disto, vou ficar sozinha o tempo que for e pelo visto, muito tempo. Estava com medo, não estou mais. Na realidade hoje estou pouco me fodendo se vou ter algum dia, de novo, aquela sensação de ENCAIXE.
Desconstrui muitas certezas que até então eram os meus pilares de sustentação. E hoje estou seguindo assim, cambaleante, mas ainda de cabeça erguida. Sempre recusei regras, mas hoje, eu serei despudoradamente fora da lei, não pra transgredir o sistema. Transgredir o sistema é muito fácil, o difícil é se transgredir já disse o grande Tom Zé.
Quero me reinventar. Reformular.
Mas calma, não se preocupe, eu não vou virar nenhuma mal comida com buço. Tá, mal comida até seja uma consequência pro não comida, mas juro que não vou ficar revoltada. Muito pelo contrário, ainda trago o brilho nos olhos e acredito em amor, não mais em amor eterno, esse eu deixo para Florentino Ariza e Fermina Daza do O amor nos tempos do cólera.

Hoje eu só quero ser cretina e ridícula por um bom tempo, até ter respirado e tomado fôlego suficiente para mergulhar em mim de novo e tragar da minha essência. Pois leveza não é um dom que tenho, é um bem que quero.

Um comentário:

Morganna disse...

é, morena, tá tudo bem.
e vai ficar. :*