sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sobre o Caio e a Beatriz II




- Sabe, eu estou apaixonada.
- Apaixonada? Que Delícia.
- É, estou apaixonada, entendeu? Estou apaixonada, apaixonada, apaixonada.
Ele ri e dá as costas, ela prossegue:
- Você está ficando velho, gordo, perdendo o cabelo e os que te sobram estão ficando brancos.
- É, e daqui há 15 anos você estará fazendo embaixadinhas com suas tetas. E sabe o que eu estarei fazendo?
- Sei, você vai estar numa cadeira de rodas.
- É, e apreciando a eternidade que me espera, enquanto você vai continuar medrosa.
- Ó, que poético, sabe Caio, ele e eu, fazemos amor.
- Mesmo?
- É, maravilhoso, ele é magnífico.
- Você é uma puta idiota, sabia? A sua melhor trepada está aqui na sua frente e você aí apaixonada por este banana.
- Sabe, ele é cheio de mistérios.
- Sua idiota, todos os teus mistérios estão comigo, aqui, e você vai perder todos.
- Ah, ele é como todos, mas ao mesmo tempo é diferente.
- Como todos.
- E mais, ele até me assusta!
- Porque? Ele te bate? É seu cafetão?
- É, às vezes sim, mas eu gosto. Ele parece um cafetão. Sabe porque eu me apaixonei por ele?
- Fale logo.
- Porque ele sabe me fazer apaixonar por ele.
- Você quer um idiota que te ame, te proteja e te cuide para você adorar o seu “Óh todo poderoso falo”, você é uma puta medrosa, sozinha e vazia e quer se esconder nele. É isso que você quer?
- É.
- Você nunca vai encontrar.
- Mas eu já encontrei.
- Então ele vai te fazer virar uma muralha gigante com seus cabelos, sua boceta, seus seios que só serão dele. Mas a verdade é que você está sozinha. E você só vai se dar conta, quando encarar o cu da morte. E você vai entrar na porra desse cu da morte, e vai dar de frente com o ventre do medo. E então, talvez você encontre essse homem.
- Mas eu encontrei esse homem, você é esse homem.
- ...
- ...
- Vá pegar a margarina.
- O quê?
- Me obedeça, vá pegar a margarina.
- Pronto, o que eu faço?
- Mele os dois dedos, enfie no meu cu.
- Anh?
- ENFIE OS DEDOS NO MEU CU E ME FODA. Porque depois disto, eu vou pegar um porco e farei ele foder você. Quero que esse porco vomite na sua cara e quero que você beba o vômito, mas não de vez, como quem toma sopa. Fará isso por mim?
- Sim, eu faço.
- Quero que o porco morra enquanto te fode e você ficará embaixo dele sentindo o cheiro da sua morte. Fará isso por mim?
- Sim, e muito mais, e pior, muito pior que isso tudo.


Em momento algum Caio deixou de ser fodido pelos dedos de Beatriz e sentia uma onda de tesão ainda maior quando ela dizia Sim, sim, sim, eu farei. Até que ele gozou e disse:
- Agora sim você está preparada, eu te amo, menina.

6 comentários:

disse...

Pq será que me lembrei de Sade? Mto bom, hein?

Quanto ao Insustentável, por indicação de quem tu achas que eu comecei a lê-lo? Do Sollers, claro. E eu achando que ele exagerava qdo elogiava o livro. Depois vou procurar o filme. Já viste?

Critical Watcher disse...

Humm...
Que lance doido, cara!
Mas bem envolvente.
Beijos, menina das volúpias!

;)

Pushoverboy disse...

hum... tentando aqui organizar os pensamentos porque seu post botou tudo pro ar!! Eu achei um pouco chocante mas depois comecei a rir enquanto pensava, desconsolado, 'espero que estejam só brincando com o lance do porco...'
Ele deveria ligar pro Ponto P um dia desses... :p
bjos moça

Lord of Erewhon disse...

Você lavou os dedos?
Não tem canela por aí? Já comia um doce depois da pornochachada zoófila.

Lord of Erewhon disse...

P. S. Cadê o respeito pelos direitos dos animais? :)

La Maya disse...

Isso me deu angústia.

E diz uma coisa: quem, feitas todas as contas, não está sozinho no fim...?