sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Sobre as tardes de domingo e todo o sempre.


Porque você veio com uma docura numa tarde tão amarga com sua voz desta vez calma e seu jeito de compreender os meus caprichos. E pôs um casaco na minha angústia desnuda. Tudo era uma moça nua até você enfim, agasalhar.
Maestramente me explicou porque não fomos exatamente aquilo que desenhamos ser: era porque não estávamos pronto. E você me surpreendeu quando não propôs nenhuma mudança aparentemente brusca e expôs sem máscaras ou duplos sentidos a sua negligência que adveio do seu medo, e pela primeira vez, havia completo desnudamento nas tuas palavras e nos seus olhos.
Mas no fundo nós sempre soubemos que foi o tempo quem tomou conta do que havia e maquiou as falhas. Foi quando pela primeira vez ,acho que vi você entender que a minha esperança que tudo mudasse não era cobrança.
Hoje, depois de toda história acontecida, depois de termos ficado expostos um perante o outro, vimos que sobrou amizade,companheirismo, respeito. Já que você se descobriu hoje tão inábil para o amor fulgás, decidimoS sublimar este sentimento e sorver enfim essa ternura sem jeito em nossas conversas de boteco e começo de noite.
Hoje, nos resta a consciência de que não temos mais como aproveitar o que não foi sorvido a tempo. Por isso choramos apenas por dentro para não quebrarmos esse nosso acordo íntimo. Por isso te tenho sempre com esse sorriso raso e cheio de nostalgia. Cada dia é único e último.
E essa tentativa de que o beijo escrito ou o selinho das chegadas e partidas tenham outras formas de tocar. Porque desejávamos a mesma coisa, mas não soubemos explicitar, porque não tínhamos como ofertar.
Ficamos assim, ainda mais unidos, eu te admirando do mesmo jeito, você me cuidando como sempre, não por sentirmos o mesmo amor-paixão de outrora, mas por compartilharmos a mesma solidão.

Um comentário:

Morganna disse...

os domingos sempre deixam um pedacinho de.